Elizabete Araujo
O Iluminismo ocorreu no século XVIII com mais ênfase, porém
existiram precursores do Iluminismo, ou seja, pessoas que no século XVII já
falavam sobre racionalismo e desafiavam o absolutismo por meio de ideias. Vamos
destacar 3 deles: René Descartes, Isaac Newton e John Locke.
René Descartes considera primeiramente, a existência de uma verdade
absoluta, que para ser atingida, precisa usar o método da dúvida, do
questionamento. Só que de tanto questionar, ele chegou a conclusão que só pelo
fato de duvidar isso se torna verdade; a única verdade é a possibilidade de
duvidar, e quando você duvida, você reflete a partir do pensamento, daí a frase
mais famosa dele : “ penso logo existo”. Só que, se você pode duvidar de tudo, será que
você não pode duvidar de um poder consuetudinário que Deus deu? De um poder
absoluto? Além disso, descartes acredita em um Deus criador do Universo, só que
não interferia nos tratos dos homens aqui na Terra, apenas cabe ao homem
desvendar esse Deus. Se ele não interferia em nada, como ele escolheu um
representante? Olhe que isso foi no século XVII ainda, imagine no próximo...
Vamos agora a Isaac Newton, com ele nos ramos da física, foi
capaz de quebrar a influencia de Deus na Terra, pois agora é possível explicar
o mundo natural por meio de leis físicas e não “por que Deus quis”, também foi
possível um avanço com respeito á razão como ciência. Com Isaac Newton, é possível ver que existem regras matemáticas que
regem a natureza, e assim sugere que tem leis que regem a sociedade.
Só que é apenas com John Locke, que vem o desprendimento
político ao absolutismo. Locke (inglês) chegou e lançou a base, cavou a terra. Ele
disse que o homem tinha um direito
natural – semelhante a maçonaria- á liberdade, igualdade e propriedade. Com
essa liberdade, os homens montam o direito, sendo que este governo é decidido
pela maioria. Para Locke, não existe nenhuma lei, ou autoridade que estivesse
fora desse poder que deveria ser reconhecida, a única lei que deveria ser
obedecida é aquela legislativa, escolhida pelos representantes da maioria, como
uma sociedade civil, caso o representante não fizesse mais a vontade da maioria, ele deveria ser tirado. Caros
moloidinhos, o rei por acaso é um governante que se encaixa no modelo civil? Então
para Locke, o absolutismo é inapropriado... ops, essa ideia não vai de contra
com o antigo regime? Estamos chegando lá, no século das Luzes.
Enfim, O século XVIII, Aqui encontramos personalidades, como
Diderot escrevendo sobre filosofia e religião, Voltaire sobre literatura e
história, Montesquieu sobre o gosto, Rosseau sobre música e política, e entre
outros. Mas o que foi o Iluminismo? Quando perguntaram isso a Immanuel Kant,
ele disse que o Iluminismo foi um processo de esclarecimento, a partir da qual o ser humano sai da sua
menoridade graças ao uso da razão e liberdade de pensamento. Fica claro que o
Iluminismo tem como palavra chave a Razão. Por meio da razão, o homem pode
fazer tudo, assim umas das principais consequências do predomínio progressivo
da razão é a laicização do mundo ocidental; A razão apontou para uma
transformação de valores, comportamentos em prejuízo da mentalidade religiosa,
ela retirou aos poucos o elemento
religiosa da organização estatal. Agora não chove mais por que Deus quer, mas
por existe a vaporização e precipitação. É claro que não pode se generalizar,
pois se fosse uniforme não haveria mais igrejas hoje.
O francês Voltaire critica ferozmente a Igreja e o Clero,
bem como os resquícios das servidão feudal,
no qual acredita na livre expressão, condenando a censura. Só que para
Voltaire não precisava de reforma alguma, os monarcas com orientação de filósofos
poderiam criar um governo progressista e esclarecido. Além disso, a igualdade
entre os indivíduos não deveria ser igual, exceto a igualdade civil : “ Somos todos iguais como homens, mas
não somos iguais na sociedade”.
Já Montesquieu é diferente de Voltaire, a sua obra
principal, O espírito das leis(1748)
, achava que o poder do Estado seria mais eficiente se fosse divido em três
instâncias: executivo, legislativo e judiciário. Essas leis, eram montadas por
representantes do povo, e havia uma Constituição, que limitava o poder do Rei. Para o Barão de Montesquieu considerava
ultrapassado o modelo das três ordens de sociedade, defendendo a separação entre a esfera pública
e os interesses privados, cuja mistura era vista como fonte de preocupação. E o
melhor, aqui está a diferença dele para Voltaire, para Montesquieu a lei devia ser como a morte, sem
excluir nenhuma pessoa, e afirmava que “uma injustiça feita ao individuo é uma
ameaça para toda a sociedade”.
Outro muito importante foi Rousseau, chamado de Iluminista
radical, foi filho de um relojoeiro suíço de origem modesta, tornou-se um dos filósofos
que mais influenciou a revolução Francesa. Suas principais ideias foram
expostas nas obras Contrato Social
(1762) e Fundamentos da desigualdade
entre os homens (1764), em que antecipou as ideias socialistas que
floresciam no século XIX: “ A propriedade privada introduz a desigualdade entre
os homens, a diferença entre o rico e o pobre, o poderoso e o fraco, o senhor e
o escravo, até a predominância do mais forte. O homem é corrompido pelo poder e
esmagado pela violência.” Ele critica o
racionalismo que reprime os sentimentos. As ideias de Rousseau tiveram uma
grande rejeição entre a aristocracia e burguesia, pois criticava o absolutismo
e o racionalismo demasiado, mas tem grande adesão nas camadas populares .
Outro marco do Iluminismo foi a Enciclopedia, Diderot e D’Alembert
copilaram ideias de várias áreas do conhecimento humano em um só lugar, em 35
volumes. Tem mais de 130 colaboradores, e expressa valores como o racionalismo
substituindo a fé, o estímulo a ciência, o deísmo ou a crença em Deus como
força impulsionadora do Universo e a ideia de contrato entre governante e
governados, onde esta obra é grande propagadora das ideias liberais para a
politica e economia.
Existem duas linhas econômicas iluministas, os liberalistas
está na mesma linha de raciocínio de Adam Smith, que criticava o mercantilismo,
e vê o trabalho como a única fonte de riqueza, e não o comercio. O Estado por meio da razão poderia garantir
riquezas, com trabalho. O equilíbrio social
é atingido concorrência, divisão do trabalho e o livre comércio.