segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Será o retorno do Carlismo?


Para os jovens eleitores , quem realmente é ACM Neto? Será que é apenas o reflexo do avô? O candidato á Prefeitura de Salvador vai além desse parâmetro.


Por Débora Oliveira, Elizabete Araujo e Kamilla Carvalho


Antonio Carlos Peixoto de Magalhães Neto, herdeiro de uma das mais tradicionais famílias políticas do país está no terceiro mandato como deputado federal e tem aprovado muitos projetos em prol da Bahia. Apesar de ser neto do falecido Antonio Carlos Magalhães (ACM), uma das figuras baianas mais importantes da esfera política, ele tem mostrado uma campanha nova, diferente do “carlismo”.  Aos 33 anos, disputa pela segunda vez a prefeitura de Salvador.

A sua campanha política em 2012 é baseada em aspectos principais, como: criar um centro de advocacia voltado para mulheres vítimas de violência doméstica, planejar uma educação em tempo integral e requalificar o grande potencial da nossa cidade, o turismo. E com essas propostas, ACM Neto parece estar agradando a população de Salvador, já que aparece em primeiro lugar na pesquisa de intenção de votos. Por isso, precisamos conhecer melhor esse candidato para não ser apenas baseado pelo legado deixado por seu avô.


O que levou o senhor a seguir a carreira política?
A política está no meu sangue. Desde muito cedo, participo das campanhas de meu avô, do meu tio e de outros políticos. Além disso, tem a vocação natural. Poderia ter optado por seguir carreira no Direito ou no setor empresarial, mas o que gosto de fazer mesmo é servir na vida pública.

Quando era estudante do Ensino Médio, foi integrante de algum grêmio? Se sim, como essa participação ajudou-o a decidir pela política?
Fui sim. Também fui síndico mirim do meu prédio. Ou seja, sempre gostei de participar 
desses movimentos.

O senhor é formado em Direito pela Universidade Federal da Bahia. Por que não exerceu a profissão de advogado?
Como sua formação ajuda na vida política?
 Porque optei pela vida pública. O Direito me ajuda muito no Congresso, onde a gente tem que estudar e saber muito sobre a Constituição, as leis e o Regimento Interno.

O que te levou a abandonar o cargo de deputado federal para ser candidato à prefeitura de Salvador?
Não abandonei o cargo. Continuo deputado e líder do Democratas. Optei por ser candidato porque quero trabalhar para resgatar a autoestima da nossa cidade. Estou preparado para isso.

A escolha como candidato do DEM causou muitos rumores. A mídia, por exemplo, sugeriu que sua candidatura foi imposta, isso foi verídico?                                                           
Só se foi imposta pela vontade popular. A minha candidatura nasceu nas ruas de Salvador. Não foi de vontade própria ou imposta por nenhum partido. De modo que isso é choro de quem está mais preocupado em fazer politicagem.
 
O que diferencia o senhor dos outros candidatos?
 Eu acredito que Salvador pode voltar a andar com as próprias pernas, resgatando sua capacidade de investimento e planejamento do futuro.Ao contrário dos meus adversários, eu apresentei um plano de governo com esse objetivo.

No cenário atual, o grande desgaste de Jacques Wagner e de Nelson Pelegrino, devido às greves, realmente favorece a sua candidatura?                                      
Nunca, em momento algum, a gente tirou proveito político da greve, como fazia o PT no passado. A gente faz política de outra forma. Agora acredito que o movimento contribuiu para o desgaste do PT sim.
    
“Não
podemos deixar que o único legado da Copa seja um estádio construído pela
iniciativa privada.”



Na sua campanha política, o senhor tem dado enfoque às mulheres, escolhendo uma representante feminina como vice. Conte-nos sobre o seu projeto de criar um centro de advocacia voltado para mulheres vítimas de violência doméstica.
Esse centro vai funcionar em convênio com entidades como o Ministério Público e a Ordem dos Advogados do Brasil. Ele é prioridade em nosso plano de governo. Além disso, também vamos construir uma maternidade no Subúrbio e implantar programas de capacitação profissional voltados para as mulheres.

 Quais as suas propostas para a educação? E como se contrapõem ao descaso em que se encontra a educação soteropolitana?

 Vejo um descaso no âmbito estadual. Em Salvador, temos problemas, mas houve avanços. Hoje, tem professor da rede municipal em Salvador ganhando quase R$10 mil. Todo mundo reconhece isso, inclusive o PT já o fez de público. A Secretaria Municipal da Educação, ao contrário do governo do estado, concedeu o reajuste de 22,22% e tem honrado os compromissos com a categoria. Agora, claro que precisamos avançar muito, inclusive na melhoria das condições físicas das escolas. A escola precisa ser voltada para toda comunidade, e não apenas para os alunos, e tem que ser em tempo integral. Nós vamos implantar Centros de Educação Integral inicialmente em Cajazeiras e no Subúrbio e aumentar o tempo de aula em toda rede em uma hora.

Sabemos que Salvador vive também do turismo, no entanto, presenciamos, nos últimos anos, o descaso dos governantes com centros turísticos importantes para a economia soteropolitana. Prova disso, é o abandono em que se encontra o Pelourinho. Quais os seus projetos, caso seja eleito, para a área de turismo em Salvador?
A grande indústria de Salvador é a do turismo. Essa é a vocação da nossa cidade. Por isso, vamos requalificar o Centro Antigo da cidade, que vai ganhar dois museus, o da Música e da Baianidade, e a orla, que precisa de novos investimentos do setor privado, e vai ganhar com incentivos fiscais. Além disso, na orla vamos ampliar calçadões e organizar o comércio informal. Queremos também estimular o primeiro emprego de jovens com cursos de qualificação voltados para o setor turístico. Temos uma Copa do Mundo se aproximando e essa é uma oportunidade única para a cidade.

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