Tem
momentos da vida que nunca esquecemos! Dentre eles, sempre vou me lembrar de quando
peguei um trem pela 1ª vez. Sabia que teria paradas turbulentas e outras mais
calmas, que haveria pessoas que ficarão desde o início, e outras que irão pelo
meio do caminho. Durante o percurso, eu estava ciente de que iria aprender a
trilhar novos caminhos. Veria novas paisagens! Por isso, eu não sou a mesma
depois de embarcar no trem. Essa é a minha trajetória no Instituto Federal da
Bahia. Serão 4 anos inesquecíveis que não se constituíram apenas por notas,
trabalhos e atividades em grupos, mas sim, por emoções, laços de amizades e
lembranças.
O Ifba, tal qual esse trem, me levará para
novos rumos na grande estrada da vida. E quem não gostaria de estudar nessa
dádiva? Afinal, o Ifba não é uma instituição respeitada apenas pelo seu
histórico acadêmico, mas principalmente porque respeita a individualidade do
aluno e permite que a aplicação desse conhecimento ocorra em sua diversidade. Como
aluna, eu percebi que mesmo sendo uma instituição voltada para o ensino
profissionalizante técnico, ela não anula movimentos artísticos e concede uma
expansão científica para que o aluno não fique restrito apenas ao que o
educador lhe oferece. É por tantas qualidades, que a antiga “Escolas de
Aprendizes Artífices” se torna a aspiração de muitos.
Relembramos
o passado, analisamos o presente para ter a possibilidade de planejar o futuro.
Por isso, esse momento tão importante para instituição, motiva-me a pensar em como
manter a qualidade do instituto e melhorá-lo cada vez mais. “Vamos de mãos
dadas pois o tempo é presente” e
precisamos aproveitar esse tempo para por em prática melhorias no Ifba que
tanto almejamos. Por exemplo, existe realmente entre os cursos uma integração?
Não seria um paradoxo, afirmar que um aluno de Edificações tem capacidade de
elaborar projetos para grandes empresas, se o seu foco não é melhorar as
estruturas da instituição que o formou? Ou se uma máquina do laboratório de
química quebrar, por que não transformá-la em um exercício para os alunos de
mecânica?
Já
dizia João Cabral de Melo, “um galo sozinho não tece uma manhã...”. Um aluno
sozinho não transforma sua escola, “ele
precisará sempre de outros galos”, professores e alunos que estejam dispostos a
mudar para construir uma Instituição melhor. Vamos juntos tecer a história do
Ifba! Afinal, o que é a história se não a vida dos homens num processo contínuo.
Que venha mais 102 anos! Contentar-se com o que temos é muito pouco para
mantermos esse legado. É preciso, cada vez mais, que nós como parte dessa
família, venhamos a enriquecer essa vasta herança do Antigo ETFBA.
Como
no fim de uma viajem de trem tudo tem seu princípio e desfecho, da minha
trajetória no Ifba não irei levar apenas boletins, certificado de conclusão e
Diplomas, mas sim valores para toda a
vida. A Escola que surgiu para formar filhos de "trabalhadores" para
o mercado de trabalho, parece agora ter virado o "sonho de consumo"
da classe média. Mas ainda assim, e talvez por isso, valeu a pena ter
enfrentado uma verdadeira batalha para estar entre o grupo seletivo dos alunos
do Instituto Federal da Bahia.
Dedicado a minha professora e orientadora Solange Santana (Sol)