Não tem tema melhor para ressuscitar meu blog entregue as moscas cibernéticas do que Família.
O que é Família? Etimologicamente,
perduram dúvidas quanto à palavra família. Houve quem afirmasse que vem do
latim fames (“fome”) e quem afirmasse que deriva do termo famulus (“servente”).
Por isso, acredita-se que, originariamente, o conceito de família era usado
para fazer alusão ao conjunto de escravos e criados enquanto propriedade de um só
homem. Segundo o dicionário Michaelis, uma das definições é – Pessoas do mesmo
sangue ou não, ligadas entre si por casamento, filiação, ou mesmo adoção, que
vivem ou não em comum; parentes, parentela. Em nosso ordenamento
jurídico, vários ramos do direito trazem a definição do que vem a ser família.
Constitucionalmente temos nos artigos 226 e 230 da Carta Magna de 1988
asseverações acerca da entidade familiar, sendo os parágrafos 3º e 4º os
definidores do termo:
“Art. 226. A
família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. [....]
§ 3º Para
efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre homem e
mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em
casamento.
§ 4º
Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer
dos pais e seus descendentes.”
Mas família é um termo que
não precisa de definição etimológica, linguística ou jurídica. Mas sim, ontológica.
A família que construímos ao longo do processo em que vivemos é algo para ser
entendido na essência, no âmago da questão, no dia 05 de março. Mas mesmo
ontologicamente, prefiro analisar cronologicamente. Por isso, é preciso voltar
para origens e olhar para o futuro. Nossa Família foi primeiramente formação de
laços. Alguns tiveram reações instantâneas como Carla e Gardênia, outros foram por meios
de agregados coloidais como a Gang, e ainda outros precisou-se de um
catalisador, como Débora, Kamilla e eu. Mas o que percebe-se é que desde a Grande
Família 40.1 existia laços que não foram quebrados, porém alguns foram rompidos
por questões burocráticas, como perda de ano ou desistência.
Outro fator importante da
Grande Família 40.1 foram os grupos. Era um sistema trifásico com algumas
impurezas. Não preciso denominar, mas alguns não se encaixavam em nenhum
grupão, o que não significava que estavam fora do sistema. A Grande Família 40.1 vai ser sempre lembrada pelas
suas resenhas memoráveis: Arrastão no Funil, dança de Guiomar, aulas de Desenho
Técnico, resenhas do lab, iodo de Lucas,
OH GAROTA, Monitoria de Cristovão, Chapéu de Paula, eu peguei minha viola, as tardes livres, Maridivônica, elevador de Iverton, Camila Dark, Macabéa, as
aulas perfeitas de Baldaia, Saulo, Solange, Uzeda, e etc.
Enfim, chegou a grande
depressão. Muitos, mas muitos se despediram da grande nave. A Gang foi
despedaçada, e restou-se um trio temido por todos.... esse trio parada Dura,
que de dura só tem a casca! O grupo “eu peguei minha viola” perdeu poucos
integrantes e o grupo Los Federáticos manteve-se na íntegra. Dos restos da Grande Família 40.1 surgiu um
grupo de batalhadores e guerreiros com dois vencedores adicionados na Arena. Estes bravos lutadores passaram pelo deserto escaldante de Sebá e suas equações, o mar de piranhas de
Cleide Riccio, as feras selvagens da Orgânica de Marcus, Paulo Daniel e
Edeilza, o inverno amedrontador de Carlos Daniel e Robert Newton e a floresta
de espinhos e flores de Waleska.
O apóstolo Pedro refere-se
a provações e sofrimentos como “fogo”, que testa a qualidade da fé do cristão
em 1Pe 1:6, 7. Mais adiante, ele compara o sofrimento pela justiça a um ardor.
O sofrimento pela justiça tem um efeito benéfico é indicado pelo apóstolo
Paulo, ao dizer: “Tribulação produz perseverança.” (Ro 5:3) Assim quem fielmente e com bom êxito passa por
uma difícil provação ‘ardente’ se torna mais forte e mais sólido em resultado
da sua perseverança. Aqueles guerreiros passaram por provações e sofrimento
como “fogo”, um verdadeiro refinamento. E o melhor, refinados com alegria.
Os Guerreiros 25.2
passaram momentos difíceis, mas com profunda união. Há quem diga que havia
grupos, divisões, exclusões... Sim, pode-se ter existido, mas coexistiu uma espécie
de aliança, carinho, afeto, que dissolveu as três fases anteriores. Quem vai se
esquecer do pedido sincero de Daniel Aloísio ajoelhado no chão quando Carla ia
chutar o pênalti? Dos gritos de Laíse: Eu quero raça! sangue! Ah! Aquele pênalti
foi o símbolo do que era Os Guerreiros 25.2. Todos se abraçaram, comemoraram
como se fosse final de Copa do Mundo. Por dois pontos. Por estarmos juntos. Por
estudarmos juntos. Por comermos juntos. Por
um baba no fim da tarde. Por décimos de Marcus na unidade. Por vídeos de
português históricos. Por jantares no PAAE. Por Terra Mirim. Por uma chave. Por
um bico sociológico. Por Chernobyl. Por mais
resenhas juntos. Por lágrimas de dor. Por uma reprovação não desejada... Por
dois pontos.
E começa a era MIB 28.3.
Todos de preto, sim! Enfim de blusa preta! Surge uma situação caótica: depois
do teste de fogo, surgiu uma turma inabalável, que tem certa solidariedade
orgânica, e que já possui regras internas e formas de relações pré-
determinadas. Mas o colégio determinou que pessoas de outras turmas fossem
adicionadas na antiga Arena dos Guerreiros 25.2. Situação complicada?
Complicadíssima! Tanto para quem já estava, como para quem veio. Além disso,
mais 2 integrantes com histórias diferentes e caminhos diferentes se juntaram
nesta trilha. Teve rebucetê? Teve. Teve discussão? Teve . Teve atritos? Teve .
Mas teve uma aula especial para limpar toda mágoa e simbolizar a essência
da Grande Família 40.1 e Guerreiros 25.2 : a união!. Não importa se vieram de
fora, onde come 22, come 28 também!
A era MIB 28.3 não acabou,
mas já está deixando saudade em todos os corações. Ano de despedidas:
Rosangela, Adriana, Manuela Cunha, Vanderlei, Vagner, Rita. Ano de amores e
revelações, Madinho que o diga! Ano de Neura. Ano de Chicão Bafônica. Ano de Manu . Ano de soneca, muita soneca. Ano de autismo
para Bia. Ano de Negona. Ano de Paula viajar. Ano de Chata ficar menos Chata.
Ano de Cleice não reconhecer a turma. Ano de 2 Brunos. Ano de Carla líder. Ano
de Amparo dormir e acordar do sonho. Ano de Débora amável. Ano de Gardênia
Subversiva. Ano de homenagem a Gleidson. Ano de Inaira brisada. Ano de
Jefferson ser descolado na 32. Ano de Juliana gruvar tudo, até abraçar Madinho.
Ano de Kamilla cantar rap americano. Ano de Larrisa ser um dos ursinhos
carinhosos. Ano de Leiliane arrasar no É
o Tchan. Ano de Lorena ser uma ruiva russa. Ano de Lucas cantar loucamente no
lab. Ano de Maiara dormir (todos os anos). Ano de Olívia lacrar. Ano de Raíssa
estudar o solo. Ano de Raizer nos observar. Ano de Rebeca cantar. Ano de
Sabrina passar a lista. Ufa! Acho que fiz a chamada completa.
Depois de tantas
histórias, lembranças, volto para minha pergunta inicial: O que é família? Foi preciso
voltar a gênesis para descobrir que Família
é uma palavra usada para simbolizar e reunir tudo isso que vivemos ao longo
desses três anos. Simplesmente uma palavra que consegue traduzir translucidamente
nossas brigas, lágrimas, anseios, angústias, abraços, beijos, afagos,
contradições, discussões, diferenças, igualdades, enfim, a união. De uma Grande
Família com 40 pessoas chegamos até agora com 28 membros. Alguns partiram? Alguns
chegaram? Alguns brigaram? Normal! Isso acontece nas melhores famílias. Que
possamos olhar para trás e ver quão lindo e belo foi a trilha que construímos juntos,
sim juntos, como uma Família. A Família 1.
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