segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Positivismo Lógico


Elizabete de Araújo

ISSO NÃO É  APOSTILA DIDÁTICA, É APENAS UMA AJUDA, CONSULTE SEU PROFESSOR E TIRE TODAS AS SUAS DÚVIDAS.

Sinônimos de Positivismo Lógico: Neopositivismo ; Empirismo Lógico;

Palavras para fixar o assunto: Circulo de Viena, Relação com Hume, Confirmação experimental, Método Indutivo, Conhecimento Científico, Logicismo, Linguagem.

Vejamos um trecho do manifesto do Círculo de Viena, publicado em 1929: 

«A concepção científica do mundo não reconhece qualquer conhecimento incondicionalmente válido obtido a partir da pura razão, quaisquer «juízos sintéticos a priori» […] A tese fundamental do empirismo moderno consiste precisamente na rejeição da possibilidade do conhecimento sintético a priori.»

Não entendi nada! Vamos aos poucos e no final, como exercício de fixação, vocês irão explicar a si mesmos o que este trecho revela dos positivistas lógicos. Vamos lá!

Resumo básico 

O Positivismo Lógico é um sistema filosófico criado pelo Círculo de Viena no século XX na Áustria. Este grupo de filósofos reunia-se frequentemente para discutir a base de fundamentação de conhecimentos verdadeiros.
Para este movimento, o conhecimento científico resulta da aplicação do método indutivo1; e o critério que permite validar uma teoria é a verificação e confirmação experimental da hipótese2. Uma teoria é científica, se e só se puder ser empiricamente verificável. Contudo, esta definição levanta problemas, dado que é impossível provar, por exemplo, que: "Todos os cisnes são brancos".

Os positivistas lógicos, atendendo à impossibilidade de se verificar todos e, sem excepção, os cisnes que existem, consideraram que basta que os enunciados sejam empiricamente confirmáveis (se todos os cisnes que vimos até ao momento forem brancos, o enunciado: "Todos os cisnes são brancos confirma-se). Para os positivistas lógicos o valor de verdade do conhecimento científico residia na experiência empírica.

1-Método indutivo ou indução é o raciocínio que, após considerar um número suficiente de casos particulares, conclui uma verdade geral. A indução, ao contrário da dedução, parte de dados particulares da experiência sensível.
2-Hipóteses são idéias que tentam explicar um fato observável; Teorias são hipóteses que passaram pelo processo de averiguação ( no caso dos positivistas lógicos a verificação) de suas previsões e; Leis são hipóteses que explicam eventos que ocorrem com regularidade.

Histórico ( Antecessores e Influência)

Em aspectos cruciais, ela consiste no desenvolvimento de teses características do empirismo britânico, sobretudo do de David Hume3, o que se traduziu numa oposição radical à epistemologia kantiana4. Kant falava algo muito interessante, os três tipos de juízos. O juízo analítico a priori :Aquele que explica uma definição; O juízo sintético a posteriori: Aquele juízo que resume uma experiência científica ou empírico; O juízo sintético a priori: Aquele que é formado independentemente de qualquer experiência e por uma espécie de intuição intelectual obrigatória. Este último era completamente rejeitado pelos positivistas... já sabe por que né? NÃO PODE AFIRMAR SEM OBSERVAR!

O conhecimento a priori é o conhecimento absolutamente independente da experiência e opõe-se ao conhecimento a posteriori ou empírico

3- http://www.universoracionalista.org/hume/
4-http://aprenderaviverjuntos.blogspot.com.br/2009/03/kant-e-david-hume.html

Qual o seu projeto?

O seu projeto consistia em basear a ciência numa linguagem inteiramente redutível a formulações de observações directas, e denunciar na metafísica um conjunto de “proposições não significantes” por serem experimentalmente inverificáveis (empirismo lógico). Dessa forma, eles possuem uma postura ANTI-METÁFISICA, pois ela não trata de objetos que podem ser comprovados experimentalmente. Por exemplo, como você pode comprovar que um é homem é moralmente mais limpo que outro? 
Portanto, para ficar claro, o OBJETIVO  dos positivistas lógicos era obter uma ciência unificada, que fosse capaz de unir todos os conhecimentos de todas as ciências. Para tanto, eles precisavam de  uma filosofia limpa e imune de qualquer contaminação de outras bases filósoficas, como a metafísica, a ética e entre outros.

Vamos Aprofundar ...

Abaixo tem um trecho de um artigo da internet, que eu gostaria de destacar alguns itens importantes como o logicismo e o verificacionismo. Esses dois itens revela que eles estavam bastante preocupados com a linguagem. Como assim? Primeiramente, a lógica era uma maneira cientifica de exprimir a realidade através de uma sintaxe. Em segundo lugar, os positivistas tinham um grande problema com o verificacionismo: qual o processo de averiguação que se usa para constatar as previsões ou a regularidade de uma hipótese? Se é apenas a observação empírica, em que patamar fica as proposições epistemológicas? É aí que entra a linguagem. As proposições epistemológicas 3 possuíam significado, pois é com elas que se constrói a linguagem para explicar os fatos. Por isso, até na linguagem do conhecimento é preciso seguir uma sintaxe lógica, sem imprecisões. Vejamos este trecho.
3- A epistemologia é o ramo da filosofia que estuda a origem, a estrutura, os métodos e a validade do conhecimento (daí também se designar por filosofia do conhecimento). Ela discute o conhecimento e não os fatos, o observável.

“Para a defesa desta tese, os positivistas encontraram um apoio significativo no convencionalismo de Henri Poincaré, segundo o qual as proposições da geometria não são sintéticas a priori e necessárias, como Immanuel Kant julgara, pois a geometria usada na descrição do mundo resulta de uma escolha meramente convencional. O uso da geometria não euclidiana na teoria da relatividade geral de Einstein, que evidenciou o erro de considerar a geometria euclidiana como a única descrição possível do espaço, foi interpretado por Schlick em termos convencionalistas ainda antes de ir para Viena. A influência do logicismo de Frege e Russell pesou também no sentido da aceitação do convencionalismo em relação à matemática. 
A realização do programa logicista, conduzido essencialmente pelo uso da nova lógica simbólica, foi ainda influente na formação do positivismo lógico por exemplificar uma maneira científica de filosofar. O mesmo se pode dizer do Tratactus Logico-Philosophicus de Wittgenstein, onde os positivistas puderam reconhecer-se numa concepção de filosofia enquanto actividade de análise da linguagem, actividade essa distinta de qualquer investigação empírica. 
O Tratactus foi também inspirador na elaboração da teoria central do positivismo lógico: a teoria verificacionista do significado. Inicialmente, o verificacionismo foi apresentado como uma tese sobre aquilo em que consiste o significado de uma asserção. Essa tese foi condensada na seguinte fórmula: «O significado de uma afirmação é o método da sua verificação». No entanto, o verificacionismo acabou por ser entendido primariamente como um critério para distinguir as asserções com significado das asserções sem significado. Segundo este critério, uma asserção tem significado se, e só se, 1) é analítica ou contraditória ou 2) é empiricamente verificável. Reconhecem-se assim apenas dois tipos de proposições genuínas: as proposições analíticas a priori e as proposições sintéticas a posteriori. As primeiras, exemplificadas especialmente pela lógica e pela matemática pura, são também necessárias, ao passo que as segundas, próprias das ciências empíricas, são contingentes. As asserções identificadas com a «metafísica» não têm por isso qualquer significado, ou, pelo menos, são destituídas de significado cognitivo. Podem ter algum significado emocional, mas nada afirmam que seja verdadeiro ou falso, sendo meras «pseudoproposições» que resultam de «pseudoproblemas». Além de asserções claramente metafísicas como «a realidade é espiritual», foram incluídas nesta categoria todas as asserções típicas da ética e da estética. Mesmo a epistemologia não ficou imune à devastação imposta pelo critério da verificabilidade. Na medida em não se deixa reconduzir à psicologia empírica, também ela deve dar lugar à actividade de análise lógica da linguagem. 
Não nos devemos impressionar demasiado com toda esta hostilidade perante a filosofia tradicional. A verdade é que muitos dos problemas filosóficos tradicionais foram recuperados e amplamente discutidos no contexto da «análise lógica» considerada legítima. O problema de saber o que significa ao certo «empiricamente verificável» deu origem a inú- meras versões do critério positivista, mas pelo menos neste aspecto prevaleceu sempre o consenso: mesmo que, devido a limitações tecnoló- gicas, uma asserção não possa ser verificada na prática, ela não deixa de ter significado desde que possa ser verificada em princípio. Por isso, uma asserção como «existem planetas noutras galáxias», embora nas circunstâncias actuais não possa ser verificada na prática, exprime uma proposição genuína, porque podemos indicar condições empíricas relevantes para determinar o seu valor de verdade. O mesmo não acontece, por exemplo, com «a realidade é espiritual», já que esta asserção e a sua negação não diferem em consequências empíricas.
Tal como foi defendido por Schlick, este critério de significado traduziu-se na exigência de «verificabilidade forte». Nesta versão, o critério da verificabilidade diz-nos que uma asserção é empiricamente verificável se, e só se, 1) é uma proposição elementar observacional ou 2) é equivalente a uma conjunção finita logicamente consistente dessas proposições. Uma asserção não analítica só tem assim significado quando é conclusivamente verificável, ou seja, quando, em princípio, podemos verificá-la definitivamente através do conhecimento das proposições elementares que determinam o seu significado. Esta exigência de verificabilidade conclusiva foi muito criticada, sobretudo por se mostrar demasiado restritiva. Ela parece excluir da classe das asserções com significado diversos tipos de asserções vistos como legítimos pela maior parte dos positivistas. As asser- ções estritamente universais, como não se deixam reduzir a um conjunto finito de proposições observacionais, não podem ser conclusivamente verificadas nem em princípio. Entre essas asserções contam-se as leis científicas, e por isso considerá-las como destituídas de significado seria colocá-las no mesmo plano que a metafísica. As asserções puramente existenciais também suscitam dificuldades porque, mesmo admitindo que estas são conclusivamente verificáveis, as suas negações não o são, já que a negação de uma asserção existencial é uma asserção universal. Isto tem a consequência estranha de existirem asserções com significado cuja negação não tem significado, o que contraria o princípio do terceiro excluído. Além destas objecções, que se apoiam na forma lógica das asserções consideradas, os críticos da «verificabilidade forte» defenderam também que não é possível verificar conclusivamente asserções sobre o passado ou sobre experiências de outras pessoas, embora essas asserções tenham significado cognitivo.”

Atomismo Lógico :  http://www.oocities.org/revistaintelecto/atomismo.html

Depois disso tudo, vocês podem tentar explicar o tratado do Círculo de Viena, e escreverem a sua definição de positivismo lógico. Lembrando sempre das palavras chaves: empirismo, observação dos fatos, linguagem lógica, unificar a ciência, anti-metáfisica ... e por aí vai.
Bons Estudos e até a próxima
Referencias
http://sofos.wikidot.com/positivismo-logico
http://polegaropositor.com.br/polegaropositor/como-a-ciencia-funciona-o-positivismo-logico/
http://criticanarede.com/docs/etlf_positivismo.pdf

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